Em 30 de julho, autoridades do governo sul-coreano informaram que os dois países continuam negociações técnicas sobre o plano da Korea Zinc para construir uma refinaria de metais não ferrosos, e que o investimento pode ser incluído na proposta final da última rodada de negociações tarifárias. A medida é vista como reflexo das iniciativas do Japão e da União Europeia em aderir à aliança de cadeias de suprimento liderada pelos Estados Unidos.
A Korea Zinc vem considerando a construção de uma refinaria nos EUA, com um investimento estimado entre 1 e 2 trilhões de won. Em junho de 2025, a empresa adquiriu 5% das ações da empresa canadense de desenvolvimento de recursos minerais The Metals Company (TMC), por 85 milhões de dólares (118,3 bilhões de won). A TMC está realizando exploração comercial de nódulos de manganês no Pacífico Oriental, os quais são ricos em diversos minerais essenciais para baterias e mais de 40 outros metais. A Korea Zinc planeja extrair os minerais no local e transportá-los para a refinaria nos EUA, visando garantir a longo prazo o fornecimento doméstico de minerais críticos.
Em abril deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva estabelecendo um marco para que empresas americanas identifiquem e explorem recursos e minerais críticos offshore, com o objetivo de reduzir a dependência da cadeia de suprimentos mineral centrada na China. Para atender a essa nova demanda dos EUA, o governo sul-coreano enfatizou, nas estratégias de negociação, o potencial de apoio a esse tipo de investimento por empresas domésticas como a Korea Zinc.
A dependência de cadeias de suprimento na nova era é uma exigência comum em todas as negociações tarifárias dos EUA. Segundo o novo acordo tarifário com a União Europeia, tarifas sobre alguns produtos químicos e recursos naturais serão eliminadas. O Japão se comprometeu a fornecer 550 bilhões de dólares (cerca de 766 trilhões de won) em investimentos em indústrias avançadas e minerais críticos para os EUA. Após o fim das negociações, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba afirmou que os dois países trabalharão juntos para construir cadeias de suprimento resilientes em setores estratégicos.
Jang Sang-sik, diretor do Instituto de Pesquisa em Comércio Internacional da Associação de Comércio Internacional da Coreia (KITA), afirmou que o sucesso das negociações tarifárias com os EUA mostra que a demanda da Coreia do Sul não se limita à redução de tarifas, mas também envolve a adesão ao sistema de segurança econômica e de resiliência das cadeias de suprimento liderado pelos EUA. A Coreia deve destacar suas vantagens para fortalecer cadeias de suprimento em setores avançados.