Recentemente, um consórcio liderado pela empresa japonesa JB Energy anunciou planos para implementar o primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutuante do Brasil, nas águas do estado do Rio Grande do Sul.
Sindienergia-RS, Portos RS, JB Energy, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mingyang Energy e diversas empresas de engenharia, monitoramento ambiental e operação assinaram uma carta de intenções conjunta.
O projeto piloto, denominado Aura Sul Wind, utilizará a tecnologia flutuante Raijin Float. Segundo a JB Energy, a plataforma é feita de concreto pré-moldado e protendido, podendo operar em águas profundas. Além disso, seu design permite reduzir os custos de instalação e o tempo de construção em até 50%.
O investimento estimado no projeto piloto é de 100 milhões de dólares, com tecnologia japonesa, e a instalação está prevista para ser concluída em 2030. A torre do projeto terá cerca de 200 metros de altura e será equipada com uma turbina de capacidade estimada em 18 megawatts, inicialmente destinada a fornecer eletricidade ao porto de Rio Grande.
O especialista em energia eólica offshore, consultor da JB Energy e professor da Universidade de Tóquio, Rodolfo Gonçalves, afirmou: “No momento, trata-se apenas de uma plataforma piloto. Assim que a viabilidade for comprovada, entraremos na fase de comercialização, fornecendo geração de energia em escala gigawatt por meio de dezenas de plataformas para setores industriais e urbanos.” Ele também mencionou que o estado do Rio Grande do Sul (RS), devido à sua profundidade marítima e boas condições de vento, é altamente atrativo para plataformas flutuantes. Além disso, o porto de Rio Grande possui excelente infraestrutura portuária, podendo servir como fábrica de montagem dessa tecnologia.
Vale destacar que um estudo realizado pela DNV para o Grupo Banco Mundial no ano passado estimou que o potencial técnico do Brasil para energia eólica offshore ultrapassa 1.200 gigawatts, sendo 480 GW provenientes de tecnologia de base fixa e 748 GW da tecnologia flutuante.
No início de 2025, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou uma lei que estabelece as diretrizes para a alocação e concessão de áreas destinadas ao desenvolvimento da energia eólica offshore.
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